sexta-feira, 17 de abril de 2015

Um cavalo branco?

Judiciária quer Miguel Macedo constituído arguido no caso dos vistos 'gold'?
Miguel Macedo





Miguel Macedo será suspeito de crimes de prevaricação, mas para que seja constituído arguido é preciso que a Assembleia da República levante a sua imunidade.

A Polícia Judiciária terá feito um pedido ao Ministério Público no sentido de constituir arguido o ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo, no caso dos vistos gold. De acordo com oCorreio da Manhã, o pedido já foi submetido, mas será necessário que a Assembleia da República levante a imunidade parlamentar do ex-ministro, visto que este ainda cumpre mandato de deputado. Haverá indícios de que terá cometido o crime de prevaricação.
No entanto, ao contrário do que afirmava o jornal, a Procuradoria-Geral da República não confirmou ao DN que tenha existido o pedido de levantamento da imunidade. Também a Comissão de Ética o desmentiu.
Miguel Macedo estará implicado nas escutas realizadas no âmbito do caso dos vistos gold - diz o mesmo jornal -, caso que levou à sua demissão em novembro, apesar de ter frisado, na altura, que não era "pessoalmente responsável por nada". A investigação levou à prisão preventiva do então diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Palos, e do presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo.
O nome de Miguel Macedo é referido frequentemente nas escutas relacionadas com o caso, tanto pelo nome como pela expressão 'cavalo branco', que, de acordo com os investigadores citados, seria como alguns dos arguidos se referiam a Macedo. O ex-ministro foi escutado ao telefone com António Figueiredo e terá também comparecido em encontros e jantares com pessoas implicadas no caso.
De acordo com o jornal i, o Ministério Público já considerou, no acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, que "é claro e cristalino" que o ex-ministro é "o único responsável político" no caso dos vistos gold, tendo tido "direta participação nos factos". Os procuradores e juízes do caso dos vistos gold acreditam, contava o i, que Miguel Macedo deu ordem ilegal, agiu contra os procedimentos sem ter em vista o interesse público, e favoreceu os "interesses privados e lucrativos" do seu antigo sócio Jaime Gomes e do diretor do IRN, em conjunto com Jarmela Palos.

DN 17/04/15

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