quinta-feira, 9 de julho de 2015

Futebol, empreiteiros, políticos, padres: cocktail explosivo!


Padres de Braga e de Viana aos palavrões e encontrões!

Desengane-se quem pensa que os padres não dizem palavrões, não fazem faltas duras ou não contestam com veemência decisões da equipa de arbitragem. A "Clericus Cup" terminou, quarta-feira, com um dérbi minhoto, entre a arquidiocese de Braga e a diocese de Viana do Castelo, que reuniu todos os condimentos de um grande jogo. Afinal, também são homens.
Aqui, não existe a superstição de os jogadores se benzerem antes de entrarem em campo. A proteção divina deve estar implícita. Dentro das quatro linhas, há noções táticas e qualidade técnica, muito longe de ser um "tudo ao molho e fé em Deus". Dos dois lados, estava a maioria dos jogadores da seleção nacional.
Logo nos primeiros minutos, fica desfeito o mito: os padres também dizem palavrões. Ao falhar por milímetros a interceção de um passe, um avançado de Viana do Castelo lá deixou escapar o habitual insulto à bola. Nos lances de maior perigo, outras expressões obscenas foram proferidas.
Mais de 100 sacerdotes discutiram o título de futsal em Arcos de Valdevez. Braga e Viana do Castelo eliminaram concorrentes até chegarem a uma final disputada com intensidade. Mais fortes na primeira parte, os bracarenses colocaram-se em vantagem com uma boa finalização do padre Paulo Sá.
No entanto, o troféu ficaria em casa, graças ao guarda-redes Nélson Barros, que, num jogo de homens de Deus, esteve "endiabrado". Marcou uma grande penalidade - por sinal muito contestada pelos adversários - que levou o jogo para prolongamento, onde nada ficou decidido. No desempate por penáltis, ofereceu a vitória a Viana com duas defesas.
Em 10 edições da "Clericus Cup", Viana do Castelo conquistou quarta-feira o sexto troféu, perante uma banca preenchida com mais de 200 pessoas.
Nélson Barros foi o "padre do jogo", com um golo marcado e dois penáltis defendidos. Na hora dos festejos, reconheceu que a devoção está sempre presente, mas rejeita que a conquista seja apenas obra do divino. "Somos homens de Deus, mas, por detrás do que fazemos, está um trabalho árduo. Queríamos muito ganhar em casa e, graças a Deus, correu tudo bem e as mãos de Deus não falharam", afirmou, aludindo às defesas nas penalidades.
Quanto aos palavrões, o pároco de Vilela, Sá, São Cosme e Sistelo, em Arcos de Valdevez, admite excessos naturais durante o jogo. "Antes de padres, somos homens e, às vezes sai uma palavra que não estamos habituados a dizer, mas não é para ofender", concluiu.

09/07/15

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Fiscal da Câmara Municipal de Braga cobrava para aprovar licenças

Corrupção, tráfico de influências, fraude fiscal e branqueamento de capitais. São estes os crimes de que é suspeito Manuel José Silva, técnico superior da Câmara de Braga, de 54 anos, detido esta terça-feira pela PJ.


A Judiciária deteve, também, um membro de um gabinete técnico de arquitetura, Marcelo Oliveira, de 48 anos, sócio e tido como cúmplice de Manuel José. Os dois pernoitaram, esta terça-feira, nos calabouços da PJ de Braga, devendo ser esta quarta-feira presentes ao Tribunal de Instrução da comarca.
Ao que o JN apurou, Manuel José Silva ostenta sinais exteriores de riqueza incompatíveis com o ordenado que aufere como funcionário do setor das taxas e licenças dos serviços de Urbanismo da Câmara de Braga. Dado que a mulher também vive de ordenados, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Braga, que investiga o caso há mais de um ano, concluiu que terá conseguido receitas de luvas por tráfico de influências para conseguir licenciar obras irregulares. O seu património atinge várias dezenas de milhares de euros, em bens imóveis e dinheiro.

08/07/15
JN

terça-feira, 7 de julho de 2015

Câmara Municipal passada a pente fino pela Polícia Judiciária

A Polícia Judiciária (PJ) esteve na Câmara Municipal de Braga a verificar documentos e ficheiros informáticos do município. Segundo o Negócios apurou junto a fonte da autarquia, às 13h ainda se encontravam no edifício autoridades que realizaram, pela primeira vez, buscas à Câmara Municipal, no âmbito de uma série de processos que estão a ser investigados pelo Ministério Público.
Pelo menos um técnico camarário foi detido para interrogatório. A mesma fonte disse ao Negócios que, mais tarde, “esclarecimentos formais sobre o assunto” iriam ser feitos.
Os esclarecimentos foram feitos, em comunicado, pela Câmara Municipal de Braga que confirmou a detenção de “um colaborador da Autarquia” e garantiu a “plena colaboração do Município” nas “diversas diligências” realizadas. No mesmo comunicado pode ler-se que “aos colaboradores do Município” se reconhece o “o zelo, honestidade e competência com que diariamente exercem as suas funções” e que as “eventuais más condutas” de uns não ditam a “dignidade dos [restantes] profissionais”. “A batalha contra a corrupção no Município de Braga continuará a ser travada todos os dias”, garante o documento.

Em março deste ano a PJ visitou a Câmara Municipal de Braga e Ricardo Rio, atual presidente da autarquia, avançou que, de entre os processos a ser investigados pelo Ministério Público, figuravam a expropriação da Casa das Convertidas, uma Parceria Publico Privada (PPP), a concessão do estacionamento à superfície e a queda de um muro matou três estudantes da UMinho, em 2014.
Na altura Ricardo Rio disse à Lusa que “não houve buscas, nem apreensões nem nada do género, mas coisas normais”, sendo que, “quando há investigações em curso é natural que sejam solicitadas e recolhidas informações”. O presidente acrescentou que as investigações envolviam vários “dossiês” do anterior executivo de maioria socialista e um decorrente de uma denúncia feita pelo atual líder socialista da oposição, Hugo Pires.
Para além dos casos mencionados acima, o autarca referiu também ” outros que resultaram da auditoria feita por este executivo no início do mandato, como o da concessão do estacionamento à superfície (…) o perdão de uma dívida ao Sporting Clube de Braga ou as próprias piscinas olímpicas”.
“Há ainda a questão da denúncia do PS no âmbito do dossiê do túnel da Avenida, relativamente a um acordo entre a autarquia e a Britalar quanto ao pagamento de obras a mais”, acrescentou Rio.

07/07/15

Fonte: jornaldenegocios.pt

sábado, 4 de julho de 2015