sábado, 25 de outubro de 2014

CDU faz o balanço do primeiro mandato de Ricardo Rio




Correio do Minho
2014-10-22

Carlos Almeida, vereador da CDU, entende que a Câmara Municipal de Braga tem uma “oportunidade única de resgatar a Agere” aos accionistas privados. Ontem, na apresentação do balanço do primeiro ano do actual mandato autárquico, o eleito comunista considerou que a reprivatização de 49% do capital da empresa municipal deveria ser “a grande prioridade” do executivo liderado pelo social democrata Ricardo Rio, mais do que os eventuais resgates da parceria público-privada ou do contrato de gestão do estacionamento no centro da cidade.

Afirmando que Ricardo Rio fez mudanças “mas não promoveu as rupturas necessárias” com a anterior gestão do PS, ficando “aquém das expectativas” que ele próprio criou, Carlos Almeida declarou, em conferência de imprensa, que a proposta de contrato de gestão delegada com a Agere é uma das “marcas mais negativas” num ano de governação da coligação PSD/CDS-PP.

A CDU mantém oposição aos termos deste contrato, nomeadamente ao prazo de 50 anos da concessão do serviço de água e saneamento e às “garantias de lucro” dos parceiros privados da Agere. Segundo Carlos Almeida, a compra da posição dos privados teria, agora, custos mais baixos do que um resgate que o município venha a fazer no futuro.

No balanço ao ano de mandato em que acusou o PS de não saber ainda “colocar-se no papel de oposição”, Carlos Almeida reconheceu que a sua eleição “fez toda a diferença”, ainda que a câmara continue a ser gerida em maioria absoluta. A título de exemplo, recordou a proposta por si apresentada, no início do mandato, de resolução do contrato de gestão do estacionamento (parcómetros), “algo que hoje o próprio presidente da câmara vem trazer ao debate público”.

O presidente da câmara foi criticado por não ter cumprido a promessa eleitoral de redução gradual do IMI, adiantando o vereador da CDU que o grande problema da governação de Rio “são as próprias expectativas” criadas pelo edil.

Sobre o orçamento de 2015, a CDU deixou um aviso: “se o primeiro orçamento desta maioria teve condicionalismos, teve de ser feito quase após a tomada de posse, para este já não há desculpas”. Mesmo com “um corte de 20 milhões de euros”, sem fundos do novo quadro comunitário, Carlos Almeida espera que o orçamento contemple “medidas do programa eleitoral com que Rio foi eleito”.

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