domingo, 22 de fevereiro de 2015

A vergonha na irmandade de Santa Cruz

"Aproveito para chamar a atenção aos factos que me têm chegado sobre a Irmandade de Santa Cruz.
A Exma. Mesa Gerente, tão “bem” representada pelo seu Provedor, Luís Rufo e por gente de bom carácter e temente a Deus (não fossem todos escolhidos por Sua Exa. o Sr. Arcebispo de Braga de seu nome D. Jorge Ortiga) lançou um regulamento interno, que após uma curta e breve leitura fica-se logo a perceber que os trabalhadores da instituição só têm deveres e obrigações, mesmo que estas ultrapassem as consagradas na lei.
Quem quiser saber dos direitos (que assistem a todo e qualquer trabalhador, em qualquer empresa) tem de consultar o código de trabalho. O normal de gente honesta e de bem, seria explicar o que não se pode fazer mas também o que se pode, certo?
Depois veio o Sistema de Avaliação, podemos sempre dizer, que é comum em várias empresas, sim! Mas de maneira objectiva, transparente e leal. Mais uma vez, a Mesa Gerente, desta vez na pessoa, de um auto intitulado “Dr.” Hélder Pinto (mestre de Recursos Humanos) e uma Prof. Antónia, desencantaram uma avaliação relativa a 2014, sem conhecimento prévio dos trabalhadores! Ou seja, para os menos atentos, estes funcionários, foram avaliados, julgados e atribuíram-lhes notas, sem conhecimento da avaliação, propósitos e objectivos. Transparente e sério, não? Colocaram-lhes um papelito já com as notas e pediram-lhes que assinassem…
Digamos que nada disto se passou sem a assinatura final das Sras Dras. (sempre muito prestáveis em servir o Sr. Dr. Luis Rufo – o tal Provedor da Instituição) ainda que vá contra os mais básicos princípios de lealdade e compromisso para com os trabalhadores.

Visita a à irmandade da caravana eleitoral de Ricardo Rio em 2013



Devo aqui, salientar a prestação da Assistente Social, nomeadamente a Sra. Directora Técnica do Lar, Liliana Cerqueira, que já há muito deveria ter perdido a licença para a mui nobre profissão que exerce. Vergonhosa e falaciosa, já que se demite de mediar a situação precária em que se encontram, tanto os utentes como os trabalhadores, da instituição.
É do conhecimento geral, a saída de mais de 30 funcionários da instituição. Um olhar mais atento, sabe que entre o n.º de idosos (Lar) e crianças (Infantário), o número de utentes a quem prestam apoio ronda os 200. Como colmatou o Sr. Provedor estas falhas? Como se cuidam dos utentes, vários acamados, semi-dependentes , e outras necessidades, com (muitas vezes) 1 funcionária ao serviço. E mais grave, essa funcionária ser uma empregada de limpeza? A Sra Directora Técnica não saberá que é necessário 2 funcionárias, sendo uma delas especializada em geriatria, para posicionar, mudar e higienizar um acamado? São recorrentes as vozes dentro da instituição que afirmam que este trabalho não é feito, apesar de registado como tal. Tais falhas provocam várias problemas de saúde nestes utentes. Onde estão os familiares destas pessoas? De que têm medo?
No espaço de 6 meses já substituíram 4 enfermeiras, em que é que isto traz estabilidade e segurança aos mais doentes? Pressionam bons e leais profissionais a ir embora e contratam os famosos “recibos verdes”, a maior forma de instabilidade que este país promove. Será isto digno numa instituição que cuida de idosos e crianças? Que todos os dias se deparam com caras novas que nada conhecem das suas necessidades e medos? Afinal um lar e infantário devem ser geridos como uma fábrica de bens materiais? Ou são seres humanos a cuidar de outros seres humanos?
Terá o serviço a mesma qualidade pela qual primou durante décadas?
Apregoa-se a falta de dinheiro, mas uma rápida consulta á autoridade nacional de protecção de dados, informa-nos a colocação de cerca de 30 camaras de videovigilância que devem ter sido custeados por os ordenados de alguns funcionários “convidados” a engrossar a lista do desemprego!
Que vergonha Sr. Dr. Luís Rufo! Afinal, em vez de se auto promover com a digníssima Instituição, parece-me enquanto cidadão consciente e livre, que queima o seu nome na praça pública! Quando se pavonear nas solenidades da Semana Santa, não se esqueça de manter os olhos no chão, tal é a vergonha que carrega pelos maus tratos e abusos a utentes, crianças e trabalhadores.
Como nota final, não posso, nem quero deixar passar ao lado a figura, talvez a mais responsável por tudo isto, a do Sr. Arcebispo de Braga, cúmplice em toda esta situação. Quando leio um jornal com a sua assídua presença, com discursos de promoção e direito ao trabalho, á família e aos direitos humanos, volto imediatamente a página. Tal como eu, muitos notam a hipocrisia das suas palavras.
Em época de Quaresma, reflictam senhores, reflictam e se ainda fosse crente diria: REZEM!"

Jorge Cardoso


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