quinta-feira, 9 de julho de 2015

Futebol, empreiteiros, políticos, padres: cocktail explosivo!


Padres de Braga e de Viana aos palavrões e encontrões!

Desengane-se quem pensa que os padres não dizem palavrões, não fazem faltas duras ou não contestam com veemência decisões da equipa de arbitragem. A "Clericus Cup" terminou, quarta-feira, com um dérbi minhoto, entre a arquidiocese de Braga e a diocese de Viana do Castelo, que reuniu todos os condimentos de um grande jogo. Afinal, também são homens.
Aqui, não existe a superstição de os jogadores se benzerem antes de entrarem em campo. A proteção divina deve estar implícita. Dentro das quatro linhas, há noções táticas e qualidade técnica, muito longe de ser um "tudo ao molho e fé em Deus". Dos dois lados, estava a maioria dos jogadores da seleção nacional.
Logo nos primeiros minutos, fica desfeito o mito: os padres também dizem palavrões. Ao falhar por milímetros a interceção de um passe, um avançado de Viana do Castelo lá deixou escapar o habitual insulto à bola. Nos lances de maior perigo, outras expressões obscenas foram proferidas.
Mais de 100 sacerdotes discutiram o título de futsal em Arcos de Valdevez. Braga e Viana do Castelo eliminaram concorrentes até chegarem a uma final disputada com intensidade. Mais fortes na primeira parte, os bracarenses colocaram-se em vantagem com uma boa finalização do padre Paulo Sá.
No entanto, o troféu ficaria em casa, graças ao guarda-redes Nélson Barros, que, num jogo de homens de Deus, esteve "endiabrado". Marcou uma grande penalidade - por sinal muito contestada pelos adversários - que levou o jogo para prolongamento, onde nada ficou decidido. No desempate por penáltis, ofereceu a vitória a Viana com duas defesas.
Em 10 edições da "Clericus Cup", Viana do Castelo conquistou quarta-feira o sexto troféu, perante uma banca preenchida com mais de 200 pessoas.
Nélson Barros foi o "padre do jogo", com um golo marcado e dois penáltis defendidos. Na hora dos festejos, reconheceu que a devoção está sempre presente, mas rejeita que a conquista seja apenas obra do divino. "Somos homens de Deus, mas, por detrás do que fazemos, está um trabalho árduo. Queríamos muito ganhar em casa e, graças a Deus, correu tudo bem e as mãos de Deus não falharam", afirmou, aludindo às defesas nas penalidades.
Quanto aos palavrões, o pároco de Vilela, Sá, São Cosme e Sistelo, em Arcos de Valdevez, admite excessos naturais durante o jogo. "Antes de padres, somos homens e, às vezes sai uma palavra que não estamos habituados a dizer, mas não é para ofender", concluiu.

09/07/15

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Fiscal da Câmara Municipal de Braga cobrava para aprovar licenças

Corrupção, tráfico de influências, fraude fiscal e branqueamento de capitais. São estes os crimes de que é suspeito Manuel José Silva, técnico superior da Câmara de Braga, de 54 anos, detido esta terça-feira pela PJ.


A Judiciária deteve, também, um membro de um gabinete técnico de arquitetura, Marcelo Oliveira, de 48 anos, sócio e tido como cúmplice de Manuel José. Os dois pernoitaram, esta terça-feira, nos calabouços da PJ de Braga, devendo ser esta quarta-feira presentes ao Tribunal de Instrução da comarca.
Ao que o JN apurou, Manuel José Silva ostenta sinais exteriores de riqueza incompatíveis com o ordenado que aufere como funcionário do setor das taxas e licenças dos serviços de Urbanismo da Câmara de Braga. Dado que a mulher também vive de ordenados, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Braga, que investiga o caso há mais de um ano, concluiu que terá conseguido receitas de luvas por tráfico de influências para conseguir licenciar obras irregulares. O seu património atinge várias dezenas de milhares de euros, em bens imóveis e dinheiro.

08/07/15
JN

terça-feira, 7 de julho de 2015

Câmara Municipal passada a pente fino pela Polícia Judiciária

A Polícia Judiciária (PJ) esteve na Câmara Municipal de Braga a verificar documentos e ficheiros informáticos do município. Segundo o Negócios apurou junto a fonte da autarquia, às 13h ainda se encontravam no edifício autoridades que realizaram, pela primeira vez, buscas à Câmara Municipal, no âmbito de uma série de processos que estão a ser investigados pelo Ministério Público.
Pelo menos um técnico camarário foi detido para interrogatório. A mesma fonte disse ao Negócios que, mais tarde, “esclarecimentos formais sobre o assunto” iriam ser feitos.
Os esclarecimentos foram feitos, em comunicado, pela Câmara Municipal de Braga que confirmou a detenção de “um colaborador da Autarquia” e garantiu a “plena colaboração do Município” nas “diversas diligências” realizadas. No mesmo comunicado pode ler-se que “aos colaboradores do Município” se reconhece o “o zelo, honestidade e competência com que diariamente exercem as suas funções” e que as “eventuais más condutas” de uns não ditam a “dignidade dos [restantes] profissionais”. “A batalha contra a corrupção no Município de Braga continuará a ser travada todos os dias”, garante o documento.

Em março deste ano a PJ visitou a Câmara Municipal de Braga e Ricardo Rio, atual presidente da autarquia, avançou que, de entre os processos a ser investigados pelo Ministério Público, figuravam a expropriação da Casa das Convertidas, uma Parceria Publico Privada (PPP), a concessão do estacionamento à superfície e a queda de um muro matou três estudantes da UMinho, em 2014.
Na altura Ricardo Rio disse à Lusa que “não houve buscas, nem apreensões nem nada do género, mas coisas normais”, sendo que, “quando há investigações em curso é natural que sejam solicitadas e recolhidas informações”. O presidente acrescentou que as investigações envolviam vários “dossiês” do anterior executivo de maioria socialista e um decorrente de uma denúncia feita pelo atual líder socialista da oposição, Hugo Pires.
Para além dos casos mencionados acima, o autarca referiu também ” outros que resultaram da auditoria feita por este executivo no início do mandato, como o da concessão do estacionamento à superfície (…) o perdão de uma dívida ao Sporting Clube de Braga ou as próprias piscinas olímpicas”.
“Há ainda a questão da denúncia do PS no âmbito do dossiê do túnel da Avenida, relativamente a um acordo entre a autarquia e a Britalar quanto ao pagamento de obras a mais”, acrescentou Rio.

07/07/15

Fonte: jornaldenegocios.pt

sábado, 4 de julho de 2015

domingo, 28 de junho de 2015

Braga santificada

A hipocrisia de quantos – homens e mulheres consagrados – professam o voto de pobreza mas vivem como ricos, fere as almas dos fiéis e prejudica a Igreja.”

Papa Francisco

Cavalo branco de Braga constituido arguido nos vistos Gold

"Não foi uma completa surpresa, mas não deixou de o ser. Ainda estamos a assimilar", desabafou ao DN uma destacada figura do PSD, que não quis comentar oficialmente a confirmação, noticiada ontem pelo DN, de que o ex-ministro da Administração Interna seria constituído arguido na investigação aos vistos gold. Na coligação não houve respostas ao pedido de reação do DN, um sinal do incómodo causado pela situação.
No PS, Ascenso Simões, que será o diretor de campanha de António Costa, assumiu um comentário: "O PS não usará casos pessoais na campanha. Queremos elevar o nível e valorizar a democracia, que tem tão má imagem", salientou.
Miguel Macedo está em sua casa em Braga e, contactado pelo DN, também se remeteu ao silêncio. Fontes locais sociais-democratas testemunharam "várias visitas de solidariedade" durante o dia. A coligação terá de procurar um novo cabeça de lista para o distrito e, ao que apurou o DN, o favorito é Fernando Negrão. Contactado pelo DN, também não quis comentar.


28/06/15

terça-feira, 23 de junho de 2015

"Urbanismo em Braga: os poderosos continuam a reinar" Carlos Almeida - CDU

É sabido que uma das críticas mais ferozes, e justa, diga-se, feitas ao Partido Socialista, enquanto partido que governou o município de Braga ao longo de quase quatro décadas, é a da promiscuidade latente nas relações estabelecidas com alguns construtores e promotores imobiliários. Durante largos anos, Braga sofreu impiedosamente as consequências mais nefastas de uma política de urbanismo assente na especulação imobiliária e no favorecimento de interesses privados em claro prejuízo do interesse público e do desenvolvimento da cidade. 
Nesse tempo, oportunamente, muitas foram as vozes que se foram insurgindo e lançaram duras considerações sobre a política seguida. Entretanto, alguns dos rostos que corporizavam essa luta contra a construção desenfreada e os poderes obscuros foram-se remetendo ao silêncio, vá-se lá saber porquê, enquanto outros acabaram por ocupar as cadeiras do centro de decisão municipal.
Com a rotação verificada nos órgãos de poder seria de esperar um “tempo novo” também quanto à malfadada política de urbanismo municipal. Desenganem-se os mais desatentos.
O mais importante instrumento de ordenamento do território - o PDM - está prestes a ver concluída a sua segunda revisão. Um processo que teve início na governação do PS na Câmara de Braga e que acaba pela mão da coligação PSD/CDS. E se houve momentos em que se podia pensar numa genuína vontade de abrir a participação à população, por exemplo através da promoção de várias iniciativas de esclarecimento e debate, a verdade é que nesta recta final a actual maioria PSD/CDS borrou completamente a pintura.
Não é admissível submeter à aprovação a proposta de revisão do PDM no órgão executivo municipal sem disponibilizar a respectiva documentação aos vereadores democraticamente eleitos. Não posso aceitar que, em caso algum, se atropelem os direitos de informação e participação. Muito menos se esperaria tal atitude vinda de quem tanto pugnou pelo direito a uma cidadania activa.
Mas o problema do PDM não está apenas na forma ou no processo. Aquilo que se afigurava necessário era uma mudança de paradigma, era necessário que o ordenamento da cidade se fundasse no interesse público, sujeitando a este os vários interesses particulares; era necessário que a construção da cidade se fizesse nos tempos e termos das vontades públicas e interesses municipais, por contraponto com a actual sujeição da cidade às vontades e perspectivas dos grandes construtores e promotores imobiliários.

Aliás, a mudança de paradigma não só urgia como seria francamente facilitada nesta fase em que os apetites especulativos associados à construção e imobiliária se encontram refreados pela conjuntura económica.
O que se exigia era uma ruptura com os modelos e as práticas do passado.
Exigia-se que este PDM procurasse um modelo mais equilibrado para a ocupação do território do município procurando valorizar outras centralidades e olhando com particular atenção para as áreas mais vulneráveis e despovoadas do concelho.
Exigia-se que esta proposta assumisse um papel mais activo da câmara na construção da cidade, fazendo prevalecer o interesse público sobre o interesse privado, quando na verdade o que se verifica é o relegar a intervenção municipal ao papel de regulador, deixando a transformação de solos entregue à vontade e ao ritmo dos interesses privados.
Exigia-se que esta proposta formasse um corpo regulatório sólido, e que não propusesse um regulamento com um articulado confuso e pouco claro, por vezes contraditório, praticamente impossível de total apreensão pelo cidadão comum.
Exigia-se que esta proposta fosse exigente e assertiva no combate à especulação imobiliária, que fosse mais justa na distribuição de mais-valias geradas na transformação do solo, que procurasse ser mais abrangente, que fosse mais justa com quem não sendo detentor de prédios sem capacidade construtiva, mas que geram serviços deveras valiosos para a comunidade (RAN, REN).
Exigia-se que a proposta traduzisse espacialmente uma verdadeira estratégia para o município, fundada num diagnóstico preciso das existências e das necessidades e em cenários de evolução realistas.
Exigia-se, mas tudo isso ficou por fazer. Aguardemos com atenção, e sem baixar os braços, os resultados.

Carlos Almeida
23/06/15

O regresso do mesquitismo encapotado

A oposição na Câmara Municipal de Braga acusa a maioria de direita de aprovar uma permuta “escandalosa”, que prejudica a autarquia ao ser feita “em cima da hora”, antes da entrada em vigor do novo Plano Director Municipal (PDM).
Nesta segunda-feira, após a reunião extraordinária do executivo municipal, o vereador da CDU, Carlos Almeida, acusou a coligação Juntos por Braga (PSD-CDS/PP e PPM) de não agir de boa-fé ao aceitar trocar um terreno, contíguo ao complexo desportivo da rodovia e ao Rio Este, pertencente ao empresário Rodrigues Névoa (Bragaparques), por um outro antes da entrada em vigor do novo PDM, já aprovado pelo executivo e que vai alterar o valor de ambos.
À acusação da CDU, e também do PS, que considerou esta permuta feita “em cima da hora” como “um bocado estranha”, o presidente da autarquia, Ricardo Rio, respondeu que má-fé seria a autarquia “andar a desvalorizar” terrenos para pagar menos. “Não somos contrários à ideia de alargar o Parque da Rodovia. Aquilo que nos move contra esta proposta tem a ver com a forma encontrada que é prejudicial ao município e claramente favorável ao privado”, disse Carlos Almeida.
Isto porque, explicou, “a câmara aceitou ficar com um terreno limitado em troca de um terreno de inquestionável valor superior”, tendo em conta que o novo PDM “altera a classificação do terreno do privado”, deixando de ser ali possível construir o empreendimento turístico previsto por Rodrigues Névoa. Por isso, disse o comunista, “não está a haver boa-fé por parte da maioria ao celebrar este contrato” nesta altura, considerando mesmo que o negócio apenas vai “resolver um problema a um privado”. “Este negócio é um escândalo que faz lembrar os tempos mais negros do mesquitismo [do anterior autarca Mesquita Machado]”, concluiu o vereador da CDU.
O PS, que se absteve na votação da referida permuta, realçou igualmente a necessidade de alargar o complexo desportivo da rodovia mas também criticou a altura escolhida para a realização do negócio.
“Em cima da hora é uma coisa um bocado estranha”, afirmou Hugo Pires apontando que a “solução ideal” passaria pela compra do terreno em vez desta permuta.
Sobre a permuta, Ricardo Rio explicou ser objetivo da actual maioria expandir aquele complexo desportivo pelo que a opção foi “ficar com os terrenos ribeirinhos e ceder terrenos juntos à rodovia, mais razoáveis para a construção”. Em resposta à acusação de falta de boa-fé, o autarca considerou que “pouco séria” é a proposta da CDU. “Seria vergonhoso a câmara andar a desvalorizar terrenos para pagar menos”, afirmou Rio.
Na reunião de hoje foram ainda aprovadas alterações à política fiscal do município, com destaque para a alteração da Derrama (imposto sobre o lucro das empresas), que passará a ser cobrada só para valores acima dos 150 mil euros (1,5%), do IMI, que terá uma minoração de 10% para famílias que tenham a cargo dois ou mais dependentes, e da comparticipação variável do município em sede de IRS, que será reduzida em 0.15%.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Os amigos de Ricardo Rio agradecem

Alto e pára o baile! Temos de novo Diário do Minho!! "Apesar do elevado número de contratos e de montantes financeiros que a proposta delega no presidente da Câmara Municipal, o histórico dá conta que o volume de contratos anda muito longe do legalmente permitido."


quarta-feira, 17 de junho de 2015

"Ricardo Rio, um fartar vilanagem" by Pedro Sousa

"Recordo-me de vezes sem conta, nos vários anos em que liderou a oposição ao Partido Socialista na Câmara Municipal de Braga, ouvir Ricardo Rio repetir que “...à mulher de César não lhe basta ser séria, é preciso parecê-lo”; fazendo, repetidamente, a apologia de maior parcimónia, rigor e transparência na gestão e nos investimentos da Câmara Municipal.
O discurso era politicamente correcto e podia, admito, fazer algum sentido como crítica a algumas decisões em relação às quais o PS, na Câmara Municipal, terá sido menos feliz. Mais surpreendente, ou talvez não, é verificar o caminho de Ricardo Rio, agora que está a poucos meses de completar dois anos como Presidente da Câmara Municipal de Braga. Tudo começou com uma auditoria encomendada (encomendada é mesmo o termo certo) à PriceWaterHouse Coopers, divulgada com pompa e circunstância pelo Dr. Ricardo Rio que, deleitado, afirmava que a Câmara tinha um passivo de 252 milhões de euros, confirmando, esta, os muitos esqueletos no armário de que o douto Presidente já desconfiava. 
Interessante foi verificar que foram os próprios documentos oficiais da Câmara Municipal (Orçamento e Relatório e Contas) a desmentir, pronta e cabalmente, o exercício imaginativo, criativo e mentiroso do Dr. Ricardo Rio, demonstrando que o passivo, afinal, é de sensivelmente metade daquilo que havia enunciado.
A verdade é que esta história das contas, do passivo e dos esqueletos mais não é do que uma bem urdida manobra de diversão do Sr. Presidente da Câmara que tem, apenas, como intuito branquear a falta de iniciativa, de dinamismo e de liderança política que Ricardo Rio vem demonstrando.
Interessa, assim, desmontar as mentiras de Ricardo Rio para que não se corra o risco de que uma mentira repetida muitas vezes possa tornar-se verdade. Vamos a factos: em 2014, ano de Mundial de Futebol, a Câmara Municipal de Braga pagou mais de 50 mil €uros a uma empresa que patrocina as festas de São João para que esta montasse um ecrã gigante e um mini estádio na Praça do Pópulo durante todo o mês do Mundial de Futebol. Referir, ainda, que este ecrã foi, em anos anteriores, sempre cedido graciosamente pela mesma empresa nos termos do acordo de patrocínio. Rigor e parcimónia, portanto.
Ainda em 2014, por sua ordem, a Câmara Municipal de Braga comprou ao irmão do Assessor da sua Vereadora do Desporto, por oitenta mil euros, sem concurso público e sem cumprir as mais elementares regras da transparência, um consultório de medicina dentária falido, sobre o pretexto de ali, através de um protocolo com uma ONG, também ele estabelecido em bases muito nebulosas, dar seis mil consultas por ano a crianças e idosos desfavorecidos do Concelho de Braga, gastando mais 120 mil euros em recursos humanos para três técnicos, contratados, também, sem concurso público. Rigor, parcimónia e transparência, portanto.
Questionado sobre este assunto na última Assembleia Municipal, realizada em Esporões, disse, tal como consta da respectiva Acta que pode ser consultada no sítio da Câmara Municipal, que continuará a fazer todos os negócios que entender com os seus amigos desde que estes sejam competentes. Grave. Demasiado. Principalmente na medida em que deixa claro que há dois critérios essenciais para realizar negócios, parcerias e iniciativas com a Câmara Municipal. 
Ser competente e amigo de Ricardo. Pois bem, sugere-se a todos os empresários, particulares, empresas, instituições, associações, clubes e outros mais que apenas sejam competentes que comecem a arrumar as malas para os Concelhos vizinhos porque por aqui só serão bem sucedidos os competentes que tenham o beneplácito da amizade do Sr. Presidente da Câmara. Rigor, parcimónia e transparência, portanto. Mas o fartar vilanagem não fica por aqui. Os últimos tempos revelaram que a Câmara de Braga que há uns meses, nas palavras do Sr. Presidente da Câmara, se encontrava em estado de pré-falência, pondo, inclusive, Ricardo Rio a hipótese de pedir auxilio ao Fundo de Estabilização Financeira do Estado (a Troika dos Municípios), vive agora um período dourado, fértil e pleno de saúde financeira. Outra coisa não pode, aliás, retirar-se do sem fim, do verdadeiro rol infindável de contratos de aquisição de serviços que a Câmara de Braga vem celebrando a torto e a direito.
Dou, apenas, dois ou três exemplos por manifesta falta de espaço. Seis mil setecentos e sessenta e cinco euros para a Alfamind Innovation Systems para a realização do Portal da Juventude do Município de Braga. A respeito desta empresa uma curiosidade; o proprietário é um ex-líder da Juventude Social Democrata e, no ano passado, viu ser-lhe atribuída a módica verba de trinta mil euros para refazer o Portal, o Sítio do Município. De pasmar, é o facto de quem conhecia o Portal Municipal antes dessa suposta intervenção e olha para ele agora não consegue vislumbrar nenhuma alteração de fundo, nem ao nível do Design, nem dos conteúdos.


Quarenta e seis mil euros para a Modelstand, a empresa do Sr. Presidente da Junta de Escudeiros, Penso Santo Estêvão e Penso São Vicente, curiosamente (ou não) um Presidente de Junta que é amigo e da mesma cor política do Sr. Presidente da Câmara, para aluguer de tendas para mercado romano, doze sanitários e dois estrados para a Braga Romana, sendo, hoje, a Modelstand a empresa do regime para tudo que é feiras, feirinhas e eventos que se vão realizando cá pelo Burgo. Grave é que outras empresas da mesma área de negócio não possam ter acesso à realização destes eventos que estão, à partida, reservados para o amigo de Escudeiros.
Há, ainda, 24985,73€ para o Diário do Minho, para 92 páginas de publicidade a cores no ano de 2015, forma encontrada por Ricardo Rio para tentar meter a imprensa local no bolso, procurando, por este meio, condicionar a sua liberdade e conquistar, em euros, a sua simpatia.
Rigor, parcimónia e transparência, assim se apresentou Ricardo Rio aos Bracarenses. Dezenas de contratos de aquisição de serviços e ajustes directos de qualidade e opção duvidosa, orçados, só este ano, em mais de um milhão de €uros, e, apenas, dois anos depois de ser eleito Ricardo Rio deixa bem claro ao que vem. Os Bracarenses, esses, terão uma palavra a dizer também já daqui a dois anos."


Pedro Sousa

Correio do Minho 16/06/15

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Foge cão que te fazem João! Joões há muitos, seu palerma!!

O encontro de Joões revelou-se um fracasso total. O dirigente da Associação de Festas de S. João que deveria já ter sido demitido no ano passado com a parvoíce da corrida do porco preto, volta este ano com mais uma idiotice: entrar para o guiness com a maior concentração de pessoas com o nome João! Mas as pessoas já não estão para o aturar, os “Joões” que se reuniram este domingo na Praça do Município, em Braga, não foram suficientes para bater o recorde mundial de concentração de pessoas com o mesmo nome, que continua assim a pertencer aos “Mohammed”.
O objectivo era reunir 1097 Joões na Praça Municipal, mas, para desgraça de Rui Ferreira e seus discípulos, “apenas” compareceram 423 pessoas cujo primeiro nome é João, aos quais se juntaram 28 pessoas que, não tendo João com nome próprio, não quiseram deixar de fazer de marcar presença para compor a festa...
Esta Braga seminarista entrou na era do Guiness. Depois do Porco Preto, os Joões são a nova loucura da comissão de festas. Aprendeu bem a lição tuga que nestas coisas não brinca. Desde ir de Chaves a Fátima em trotineta, fabricar a maior bota de futebol do mundo ou confeccionar o maior arroz de marisco numa frigideira disforme, os portugueses são capazes de tudo para se suplantar a si próprios e aparecer como os primeiros nem que seja na tal célebre feijoada sobre a ponte Vasco da Gama.
Em 2014 tivemos porco, em 2015 vieram os Joões. Em 2016 teremos outra qualquer tolice!

terça-feira, 26 de maio de 2015

A pocilga de Braga


Não se percebe este articulado... Primeiro fala-se em sucesso e depois, o artista do porco diz que o evento "não resulta em termos práticos"? Que imundice!


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Braga Romana pilhada e vandalizada

De nada valeram tantos soldados, tantos centuriões e senadores. Bracara Augusta foi vandalizada e assaltada nas madrugadas de Sexta e Sábado. Os responsáveis das barracas tiveram milhares de euros de prejuízo e nada ouvimos dizer o imperador Ricardus Rius sobre a sua ineficaz horda militar. É caso para dizer, os Suevos e Visigodos são quem mais ordenam!


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Boys para todos os gostos...

A propósito disto...

FONTE

2015-05-11

As declarações de Francisco Mota, líder da JP Braga, suscitaram uma série de comentários e críticas. Há pouco mais de uma semana o jovem centrista disse na sua tomada de posse que “as gentes do CDS” deveriam ocupar determinados cargos na câmara municipal de Braga e nas empresas municipais, tendo em conta que as autárquicas em Braga foram ganhas pela coligação de direita PSD/CDS-PP. As declarações foram proferidas na presença do actual presidente do município, Ricardo Rio.

O assunto foi discutido no passado sábado pelos comentadores do programa da RUM, Praça do Município. A primeira voz que se levantou contra as declarações de Francisco Mota chegou por parte do comentador da CDU, Carlos Almeida, ele que é também vereador sem pelouro no município. O comentador comunista explicou que o comunicado de Francisco Mota “extravasou completamente o limite da falta de vergonha”, acrescentando que “já não há o cuidado de quem usa o espaço político para se servir e se aproveitar dos cargos públicos. Já o faz sem problema, chegando ao ponto não deixar fugir numa conversa, é um comunicado emitido pela estrutura partidária em que vem reclamar publicamente para a comunicação social, mais lugares para a tropa do CDS na câmara municipal e nas empresas municipais”.

Paula Nogueira concorda com Carlos Almeida e vai mais longe. A deputada do Cidadania em Movimento diz mesmo que esta atitude “é uma vergonha para todos os partidos e para os cidadãos”, acrescentando que “os empolgamentos e os lapsos de língua são uma prática bastante corrente no seio da JP e da parte sempre da mesma personagem”. Para além disso, a comentador do CEM refere que “foi tanto o empolgamento que Francisco Mota desapareceu rapidamente da câmara e é por estas e por outras que está descontente. Percebeu-se que era um jovem com demasiado sangue na guelra e talvez competência a menos e por isso veio reclamar aquilo que já teve e que já perdeu”, considerou. Paula Nogueira afirma também que a situação “envergonha qualquer partido político”, mas espera que “só envergonhe mesmo o CDS-PP e que as pessoas não sejam confundidas nesta lama”.

Menos agressivo na sua crítica, João Granja, comentador do PSD, discorda também da postura adoptada por Francisco Mota. “Não me parece que sejam este tipo de comportamentos de discursos e de lapsos que valorizem e dignifiquem a política. É obviamente uma linguagem desadequada, inapropriada e que não pode ter acolhimento em responsáveis autárquicos que têm que pautar o seu comportamento por critérios que não têm nada a ver com este tipo de coisas”, rematou.


Na sexta-feira passada e depois de muita polémica, o líder da JP Braga viu-se obrigado a convocar uma conferência de imprensa para justificar as declarações proferidas na tomada de posse uma semana antes. “O comunicado é claro, o que nós exigimos é uma maior envolvência das gentes do CDS na gestão municipal e nas empresas municipais. Não pedimos e nunca pediremos o apadrinhamento dos ditos tachos políticos”, começou por referir. Francisco Mota garante que o pedido de maior envolvimento na gestão municipal é “legítimo”. “A competência das pessoas vê-se pelo lugar que ocupam e sempre encarei que os cargos não devem ser olhados como estatuto mas como um sentido de responsabilidade. Quis dizer aquele que é um sentimento que certamente não é só meu”, acrescentou.

Francisco Mota apontou ainda críticas aos socialistas. “Estanho o PS não vir falar dos boys que se mantiveram após a própria gestão municipal ter alterado. Porque é que o PS não fala desses? Não existem?”.




Estaremos cá para ver...

Braga Romana serve para lavar roupa suja

O evento Braga Romana - Reviver Bracara Augusta deste ano já gera confrontos! A propósito da iniciativa desenvolvida em anos anteriores, membros do anterior executivo PS e responsáveis da Coligação Juntos Por Braga envolvera-se num verdadeiro bate-boca que teve palco no facebook da actual vereadora da Cultura, Lídia Dias.
Lídia Dias
Rui Ferreira
Tudo começou quando a vereadora publicou um post com sinalização alusiva ao evento deste ano. A seguinte afirmação: "sem alma, sem paixão nada se faz bem" de Ilda Carneiro, ex vereadora da Cultura do anterior executivo PS, deflagrou em troca de acusações. O mote para esta discussão partiu de Rui Ferreira, mentor da Corrida do Porco Preto e assessor da Câmara Municipal, que passou ao ataque afirmando que o comentário de Ilda Carneiro "revela uma profunda falta de sentido democrático e um desconhecimento absoluto das matérias que pretende comentar". Em defesa da tese de Ferreira e da actual vereadora, veio Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S. Victor eleito pela coligação Juntos Por Braga e namorado de Lídia Dias. Reproduzimos aqui este verdadeiro confronto PS - Coligação PSD/CDS-PP/PPM que animou as redes sociais na noite do dia 20 de Maio de 2014.

«Ilda Carneiro - Sem alma, sem paixão nada se faz bem.

Rui Ferreira - Um comentário que revela uma profunda falta de sentido democrático e um desconhecimento absoluto das matérias que pretende comentar.

Ilda Carneiro - Rui lamento o seu comentário o que eu disse aplica se a tudo e a todos na vida. Quem é anti democrático é o Senhor . Não aceito lições de democracia .....OK respeito é bonito e mais nada digo porque sou educada Sr Rui.

Ricardo Silva - Concordo com o comentário anterior, sobretudo vindo por quem exemplificou isso mesmo durante anos. É precisamente por isso que se vê o que era a Braga Romana e o que é hoje... os locais indicados, com imagem renovada e sinalética melhorada. Há organização no ordenamento das tendas e as próprias tendas são reforçadas e bonitas.A equipa é dedicada e entrega-se de forma apaixonada. Por isso, esta iniciativa está a ser bem feita...Força e coragem!
Ilda Carneiro

Ilda Carneiro - Melhorar tudo que diga respeito ao serviço público é obrigação de quem exerce cargos públicos .

Ilda Carneiro - É obrigação por isso não deve haver elogios.

Ricardo Silva - Como servidora pública eleita, em que é que o comentário original melhorou a Braga Romana? Tendo responsabilidades acrescidas, deve obrigar-se a essa melhoria!

Ilda Carneiro - Ricardo vamos ficar por aqui . falar em causa própria não fica bem .

Ricardo Silva - Sereno e com total à vontade...quando quiser trocar impressões comigo, em local próprio, terei todo o gosto em continuar esta conversa, porque sei a noção das minhas responsabilidades e tenho todo o gosto em partilha-las!

(...)

Ilda Carneiro - Não costumo ter a pratica do mal dizer por estes meios de comunicação pública como algumas pessoas assim como praticar o auto elogio. A sobriedade é nobreza .
Ricardo Silva

Ricardo Silva - E o saber estar é imperial!

Ilda Carneiro - Prefiro a nobreza o aristocrata ao império . Prefiro a democracia ....

Ricardo Silva - E eu prefiro a cidadania democrática à democracia musculada!

Ilda Carneiro - Musculada ? Não existe no meu vocabulário felizmente.

Ricardo Silva - Gostava de dizer o mesmo, mas senti-o imensas vezes em governações que lhe são familiares!

Ilda Carneiro - Não confunda a floresta com arvore . No seu partido como em todos há pessoas e diferented (sic)

Ricardo Silva - Não confunda a floresta com a árvore

Ilda Carneiro -Todos tem infelizmente telhados de vidro Ricardo;

Ricardo Silva  -Logo há que os saber proteger...é má prática fazer lançamentos aos telhados dos outros!

Ilda Carneiro - Essa não me serve nem pratico .

Ricardo Silva - Professar sem praticar...o exercício conveniente para alguns.

Ilda Carneiro Sim para alguns ,não para mim e dei provas disso no meu exercicio profissional ou em cargos.

Ricardo Silva - E foi avaliada pelo exercício da cidadania democrática 

Ilda Carneiro - Essa avaliação não é independente das outras,o ser humano é avaliado em todo o Ser . Os arautos da cidadania são muitas das vezes em proveito próprio como o tem demonstrado a prática.. Exercer a cidadania é um dever dos cidadaos não precisam do apregoar.

(...)

Ricardo Silva -Todas as avaliações devem assentar em fundamentação, para poderem ser formuladas. Este exercício é feito pelos cidadãos e pelos cidadãos políticos, com responsabilidades acrescidas na gestão da cidade. Imagino o incómodo de auscultar as vozes dissonantes, porque há quem as queira ver como proveito pessoal e não para o coletivo da cidade. As avaliações foram feitas e, como diziam os romanos...os dados estão lançados!

Ilda Carneiro Já fui muitas vezes avaliada na vida profissional, ,sem ser na politica. Lamento que veja tudo no ponto de vista da politiquice.. Boa noite

Ricardo Silva -Se entende que é politiquice, eu digo-lhe que é um exercício da polis, logo é política. Entendo-a de forma séria e, como tal, só tive a possibilidade de acompanhar o seu percurso profissional enquanto gestora da polis.

Ilda Carneiro - Exercicio da polis e já agora da ÀGORA e do Socrates ,Platão , e outros. Politica é serio , não confundamos com tricas partidárias , os cidadãos não merecem isso dos que exercem cargos de eleição 

Ricardo Silva - Exacto, daí que se torna necessário ser sério nos comentários...que sejam construtivos e que dignifiquem os eleitos e os cidadãos.

Ilda Carneiro - Essa não é para mim ,pois não? deve haver lapso ou falta de memoria

Ricardo Silva - É só voltar ao ponto de partida desta conversa...o seu primeiro comentário!»

Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=390750927796578&set=a.148401645364842.1073741833.100005850217924&type=1&theater

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Arcebispo de Braga dispensa padre apaixonado há 28 anos por Maria das Dores!

O padre António Lopes da vila da Ponte, Guimarães, esteve reunido em fevereiro com o arcebispo de Braga explicando que iria abdicar. O padre confessou a Dom Jorge Ortiga que estava apaixonado por Maria das Dores - que tinha conhecida, há 28 anos, quando era padre em Azurém.
O padre abandonou o sacerdócio e fugiu para o Alentejo com o seu amor 18 anos mais nova que cantava no coro da missa das 10:30. A mulher é casada e tem uma filha, que não vive com a mãe. No entanto, o padre regressa frequentemente a Guimarães por questões de saúde, motivo pelo qual muitos habitantes o tem visto nos últimos tempos, acompanhado da companheira que se mudou para a Ponte após o divórcio, em 2000.

Foi em 2000 que Maria das Dores foi contratada por António Lopes, para trabalhar no centro pastoral da igreja. A mulher também integrava o coro da igreja. Desde aí a relação estreitou-se.
Quando o padre anunciou que se ia embora, os paroquianos ficaram surpreendidos, sobretudo porque achavam que na terceira idade já não era possível deixar o sacerdócio em prol do amor. Na vila de Ponte, o padre, cujo processo de dispensa se encontra em curso, está a ser substituído por dois párocos, Manuel António Faria (Corvite, Santa Eufémia e Santo Tirso) e Agostinho (Caldelas), mas a população mostrou-se revoltada pelo padre nem ter celebrado uma missa de despedida. Na altura que pediu o afastamento da igreja, António Lopes justificou-se com razões pessoais. O padre era responsável pela paróquia de S. João da Ponte desde os anos 1980.

O amor fez assim o padre António Lopes ter de optar entre a profissão que desempenhava há décadas e uma vida em comum com uma mulher.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Pão e circo em Braga

Broas de milho e uvas mijonas
Aproximam-se as grandes festas da cidade. Primeiro há de a Feira Romana, a que se segue o S. João, para acabar com a Noite Branca. Vai ser um fartote. Empenhadíssima a vereação empunha o gládio e mostra-se aos bracarenses. Começaram por este vídeo promocional, no qual dão o corpinho ao manifesto. Já tinha visto o Ricardo Rio mostrando a pernoca disfarçado de romano à frente da vereação. Confesso, porém, que não estava preparado para ver a vereadora da cultura dando uma de Messalina, deglutindo uvas languidamente, como se não houvesse amanhã. Um Oscar para a senhora já! Ou então, uma vez que falamos de romanos, que lhe entreguem um César. 
Temo que o que a seguir isto virá nos há de levar para territórios ainda mais perigosos. Tutelado por essa insigne figura que dá pelo nome de Rui Ferreira, ao S. João não faltará animação e farturas, tradição serôdia e peito cheio de autenticidade popular. Remataremos a quadra estival com mais uma edição da Noite Branca, evento interessante na origem mas que estas luminárias estão a tentar transformar numa espécie de romaria da mais fina tradição. Importa que o pessoal venha para a rua, seja com toga por ocasião da feira, armado de martelinho quando for o S. João, e de camisinha branca para a noite dessa cor. Brancos deviam eles ficar, pálidos de vergonha, sem pinga de sangue.
«Pão e Circo», já foi o lema. Hoje queremos outra coisa e a equipa do Ricardo Rio está a mostrar-se à altura das nossas exigências. Dá-nos broa de milha com chouriço pelo meio e uva mijona, para que a vereadora não se sinta desacompanhada no repasto. Há confusões reveladoras. Aquelas em que esta malta incorre são-no seguramente. Tomam como expressão da mais elevada cultura qualquer evento que junte uma multidão. Rapaziada correndo e levando com poeira colorida no lombo? É cultura. Martelinhos e alho-porro entre uma sardinhada e um copo de tinto? É cultura. Um porco preto assustado pela turba ululante? É cultura. O Ricardo Rio togado desfilando na avenida? É cultura. Escusam de começar a afiar a navalha: não se trata de uma visão elitista, nada disso. Tudo o que digo tem o seu lugar. Tudo o que digo são, naturalmente, expressão de uma cultura. O problema é ficar por estas manifestações. O problema é termos uma governação autárquica que parece empenhada em reduzir a cultura a um foguetório quanto mais colorido melhor.


Luís Cunha

A vergonha da ribeira de Panóias

A maioria das pessoas, nomeadamente as que assumem funções governativas nas autarquias ou nos órgãos da administração central, reconhece a importância estratégica dos cursos de água existentes nas localidades. Ao fazê-lo atribuem-lhes um papel central na valorização ambiental, sendo lógico que, a partir dessa premissa, sejam desencadeadas políticas de defesa, salvaguarda, manutenção e fruição desses importantes recursos hídricos. Ora, isso está longe de acontecer em Braga, sendo que o rio Este será, talvez, o mais conhecido caso de insucesso no que respeita ao tratamento dos cursos de água que atravessam o concelho.

No entanto, outros casos há de que pouco se conhece ou fala. A ribeira de Panóias, por exemplo, que tem como afluente o rio Torto e atravessa as freguesias de Palmeira, Dume, Frossos, Parada de Tibães, Panóias e Mire de Tibães, está completamente votada ao abandono. Como está fácil de ver, uma linha de água da qual as entidades competentes não cuidam arrasta consigo inúmeros problemas. Os níveis de poluição são assustadores, as margens estão diluídas no leito e nas lixeiras que o acompanham. As populações destas freguesias são confrontadas com graves situações de poluição, das quais decorrem perigos para a sua saúde. No verão, com as temperaturas altas, ficam expostas a invasões de mosquitos que entram nas suas casas sem pedir licença. No inverno estão sujeitas à subida das águas e a constantes inundações.

Acresce que, para além] disso, a ribeira de Panóias tem na ETAR de Frossos, da responsabilidade da AGERE, senão o maior causador, um dos principais focos de poluição. Não se compreende, nem se pode aceitar que, assumida que está a falta de capacidade da ETAR para tratar as águas residuais, estas estejam continuamente a ser lançadas na ribeira, transformando-a num canal de esterco.

Urge ultrapassar esta situação, assim como se exige uma intervenção de requalificação da ribeira de Panóias. E para isso, não basta inscrever no plano de actividades do município, todos os anos, que se está a terminar os “estudos de ordenamento e regularização”.

Recorde-se, a propósito, que também o programa eleitoral apresentado aos eleitores pela coligação PSD/CDS/PPM propunha o “ordenamento do rio Torto/ribeira de Panóias”.
Devo, entretanto, avisar os mais afoitos que não vale a pena vir a público dizer que em 2010 houve uma grande intervenção nessas linhas de água, em resultado de uma parceria entre a AGERE, a Câmara Municipal de Braga e a ARHNorte. E antes que ousem fazê-lo fica já aqui o que tenho a dizer a esse respeito. Essa parceria, que tinha como objectivo a requalificação e valorização desses cursos de água, não passou de um logro, de um embuste. A intervenção ficou a cargo da AGERE, que viu aprovado um financiamento de 230 mil euros do Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos. Não obstante a ARHNorte ter feito uma avaliação positiva da intervenção e tê-la dado como concluída, aquilo que podemos observar no relatório e contas da AGERE relativo ao ano de 2010 é que apenas foram executados 34 mil. O destino dado aos restantes 196 mil euros constitui, muito provavelmente, um caso de polícia!

Desta forma, o resultado final não podia ter sido mais desanimador. A ribeira continua poluída e degradada e, apesar de todas as promessas da actual maioria no executivo municipal, as queixas das populações afectadas e de alguns autarcas locais continuam a cair em saco roto.


Carlos Almeida, CDU

Correio do Minho, 12/05/14

sábado, 9 de maio de 2015

Autarca do PSD - Braga defende demissão de Francisco Mota da presidência da JP

Após a tomada de posse da Juventude Popular (no Sábado passado) a posse do cargo de Presidente da JP-Braga devia ser retirada ao Sr.Francisco Mota devido à gravidade das suas declarações (públicas) naquele evento: "No Município e nas empresas municipais faz falta as gentes do CDS" , porquanto revelam um atentado aos valores da "transparência (como se a ocupação de cargos fosse um ato de escolha selectiva de conveniência !) que se exige sejam defendidos e praticados no âmbito da gestão municipal ou de outro qualquer organismo/instituição estatal. Não basta escrever artigos/crónicas em jornais e fazer discursos políticos de circunstancia em defesa do governo e município-Braga ou criticando oposição (local ou nacional) acerca das suas politicas e/ou actos políticos praticados! - Não basta ainda ter boa capacidade trabalho/organização! Concluindo: de nada valem aqueles atributos se os referidos valores e a coerência politica (ou profissional) não se traduzirem em actos efectivos - o que neste caso relatado foram postos em causa pelo seu autor /protagonista, manchando a sua credibilidade perante a opinião publica e relação politica. Além disso, beliscou, de certa forma, a imagem da coligação na gestão municipal (CMB e empresas ) e,consequentemente, a dos seus dirigentes. Em defesa da seriedade e competência profissional destes responsáveis da autarquia quanto à gestão eficiente e transparente que têm provado no cumprimento das leis, gostaria de enfatizar que se assim não fosse - face aos rasgados elogios que o Dr.Ricardo Rio (convidado pela JP) e o distinto autarca/deputado do CDS, Engº Altino Bessa, teceram ao trabalho da JP (que é meritório) e, em particular, ao Sr.Francisco Mota ( que insinuou reclamar também para si um cargo/Pelouro) - este estaria a desempenhar qualquer cargo desde o inicio da actual governação-CMBraga. Por fim, perante os fatos, sou de opinião que o Presidente da JP devia demitir-se do cargo ou ser demitido pelos órgãos competentes do CDS, pois perdeu a credibilidade politica para continuar. Infelizmente, este caso insólito irá ser, com certeza, aproveitado pela oposição para incomodar a Coligação, pois tais declarações podem ser interpretadas (nas entrelinhas) como havendo indícios de práticas favorecimento na gestão municipal - entenda-se !

 (António Guimarães - Autarca PSD-Braga)

08/05/14

Francisco Mota, o destabilizador da coligação Juntos Por Braga




O Nome de Francisco Mota (Lider da JP de Braga) está a causar algum mau estar no seio da Coligação Juntos Por Braga.
Como a TV DO MINHO já aqui noticiou no seio do PP de Braga reina uma Paz Podre , desta feita algumas Pessoas ligadas ao Partido Popular reagiram mal ao nome de Francisco Mota na lista da Coligação Juntos Por Braga , chegando mesmo alguns a dizer que o mesmo não está preparado para ocupar um lugar na lista pois é um Jovem "Destabilizador" , dentro do próprio partido.

CONSEGUIU O QUERIA

Segundo um membro do PP Francisco Mota deve estar contentíssimo com toda esta situação pois conseguiu afastar nomes credíveis que podiam entrar na lista da coligação mas que o mesmo conseguiu com informação "lançada" para os orgãos de comunicação social denegrir esses mesmos nomes e assim sendo agora sente-se bem pois não tem quem lhe faça frente.
Ele agora até anda de braço dado com o Altino Bessa para ficar bem perante aquele que lhe poderá coloca-lo em lugar mais "vistosos".

O QUE ELE QUER É SER VEREADOR

Um Outro membro do Partido Popular diz que " o que ele quer é ser Vereador da Juventude" , mas só espero que Ricardo Rio esteja atento ás manobras que este jovem está causar.
Segundo o mesmo membro do PP , Francisco Mota "conseguiu " que fosse necessário ir buscar pessoas fora do Concelho de Braga para entrar na Lista da Coligação.

No Partido Social Democrata o nome de Francisco Mota e segundo o líder da Concelhia João Granja não causa nem bom nem mau estar pois a responsabilidade da apresentação dos nomes por parte do PP a eles diz respeito e por isso nada tem a dizer acerca do nome de Francisco Mota.

Mas nem todos tem a opinião de João Granja pois algumas vozes se levantam contra este nome ( Francisco Mota) pois segundo os mesmos ele é muito pouco "credível" , bem como gosta de se destacar "que o diga o líder da concelhia do PP Bracarense".

TV DO MINHO

Quem arranja tachos para estes jotinhas?


A Coordenadora Concelhia de Braga do Bloco de Esquerda manifesta-se atónita e incrédula com a sequência de notícias e declarações vindas recentemente a público e
que ferem de morte a credibilidade da maioria de direita que governa a Câmara de Braga.

Depois de, na última Assembleia Municipal de Braga, Ricardo Rio ter sido incapaz de explicar por que razão a Câmara decidiu contratar especificamente, professores do primeiro ciclo, e não outros licenciados da área da educação, criando a suspeita de que estes lugares estão previamente destinados, chegou a vez de ouvirmos o líder da Juventude Centrista gritar alto e bom som, e na presença do próprio presidente da Câmara (!) que o CDS quer mais tachos na Câmara de Braga e nas empresas municipais.
Recorde-se que, em apenas um ano e meio de gestão autárquica os bracarenses já foram confrontados com histórias pouco edificantes de contratos feitos a amigos, como foi o caso da distribuidora de cerveja nas Festas do S. João, ou das tendas usadas na Feira do Livro, já para não falar do estudo encomendado à universidade onde Ricardo Rio foi professor e, mais recentemente, no leonino contrato do programa de saúde oral.
A Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda considera que Ricardo Rio e a sua equipa estão a trair os bracarenses que acreditaram que as práticas de compadrio, favorecimento de amigos, e a falta de transparência iam finalmente acabar. Em vez disso, Ricardo Rio está a copiar, a passos largos, o seu antecessor naquilo que as suas práticas tiveram de mais condenável. Tudo isto, em apenas ano e meio de mandato.
O Bloco de Esquerda considera que não bastam as palavras delicodoces do presidente da Concelhia do PSD, que jura a pés juntos que não vai haver “Mesquitismo sem Mesquita”.
Para provar que as palavras de Hugo Soares têm consequências é necessário que o presidente da Câmara volte atrás na questão dos concursos, porque essa é a única forma de acabar com as suspeitas, numa altura em que já se comenta à boca cheia quem são as pessoas que vão ocupar os lugares do concurso.
Exige-se que Ricardo Rio não se esconda atrás do comunicado da Concelhia do PSD e venha a público demarcar-se das declarações do líder da JP, cuja verborreia, apesar de já nos ser familiar, não pode ficar impune.

Fonte: http://www.tvdominho.com/politica/bloco-de-esquerda-exige-que-ricardo-rio-venha-a-publico-demarcar-se-das-declaracoes-do-lider-da-jp

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Jotas betinhos reclamam tachos a Ricardo Rio

"Quando se faz da política e do exercício de cargos públicos um lugar para favorecimentos e tráfico de influências.
Quando já não há decoro em "mandar recados" pelos jornais a reclamar tachos para rapaziada.
Quando um Presidente da Câmara se sujeita a este papel.
Quando já não há vergonha na cara!"

Carlos Almeida, PCP

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Um cavalo branco?

Judiciária quer Miguel Macedo constituído arguido no caso dos vistos 'gold'?
Miguel Macedo





Miguel Macedo será suspeito de crimes de prevaricação, mas para que seja constituído arguido é preciso que a Assembleia da República levante a sua imunidade.

A Polícia Judiciária terá feito um pedido ao Ministério Público no sentido de constituir arguido o ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo, no caso dos vistos gold. De acordo com oCorreio da Manhã, o pedido já foi submetido, mas será necessário que a Assembleia da República levante a imunidade parlamentar do ex-ministro, visto que este ainda cumpre mandato de deputado. Haverá indícios de que terá cometido o crime de prevaricação.
No entanto, ao contrário do que afirmava o jornal, a Procuradoria-Geral da República não confirmou ao DN que tenha existido o pedido de levantamento da imunidade. Também a Comissão de Ética o desmentiu.
Miguel Macedo estará implicado nas escutas realizadas no âmbito do caso dos vistos gold - diz o mesmo jornal -, caso que levou à sua demissão em novembro, apesar de ter frisado, na altura, que não era "pessoalmente responsável por nada". A investigação levou à prisão preventiva do então diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Manuel Jarmela Palos, e do presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN), António Figueiredo.
O nome de Miguel Macedo é referido frequentemente nas escutas relacionadas com o caso, tanto pelo nome como pela expressão 'cavalo branco', que, de acordo com os investigadores citados, seria como alguns dos arguidos se referiam a Macedo. O ex-ministro foi escutado ao telefone com António Figueiredo e terá também comparecido em encontros e jantares com pessoas implicadas no caso.
De acordo com o jornal i, o Ministério Público já considerou, no acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, que "é claro e cristalino" que o ex-ministro é "o único responsável político" no caso dos vistos gold, tendo tido "direta participação nos factos". Os procuradores e juízes do caso dos vistos gold acreditam, contava o i, que Miguel Macedo deu ordem ilegal, agiu contra os procedimentos sem ter em vista o interesse público, e favoreceu os "interesses privados e lucrativos" do seu antigo sócio Jaime Gomes e do diretor do IRN, em conjunto com Jarmela Palos.

DN 17/04/15

sexta-feira, 10 de abril de 2015

"Paulo Morais eleito Presidente da República" ou o pior pesadelo de Altino Bessa


O antro segundo Paulo Morais
Altino Bessa


Sónia Sapage
Uma boa parte do Parlamento eleito em 2011 está de candeias às avessas com Paulo Morais, o militante do PSD que foi vereador de Rui Rio, na Câmara do Porto, que faz parte da Assembleia Municipal de Ponte de Lima e que coordena a Transparência e Integridade, associação cívica fundada em finais de 2010 para lutar contra a corrupção e pela maior transparência na vida pública. Mas é como cronista do diário mais lido de Portugal, o Correio da Manhã – onde surge identificado como professor universitário – que Paulo Morais mais tem dado que falar. Os seus artigos denunciam, constantemente, os supostos conflitos de interesses dos deputados, com palavras duras e parangonas apelativas. Privataria, Maçãs Podres, Bankster, O estado da EDP ou O povo é que paga são alguns dos títulos que tiveram como alvo mais de uma dezena de parlamentares. De Miguel Frasquilho a Francisca Almeida.

Do PSD ao PS. De Braga a Lisboa. Da Agricultura à Energia.

Poucos dos envolvidos ficaram indiferentes aos ataques de Morais. Houve direitos de resposta, telefonemas inflamados, e-mails contrariados, comunicados via Facebook, recados através de amigos comuns e até ameaças de processos judiciais. «Tenho alguma sorte em viver no Porto e não me cruzar frequentemente com essas pessoas», assume o ex-autarca à VISÃO.

Mas, afinal, o que move Paulo Morais?

«Denunciar situações que podem não ser ilegalidades, mas que, do ponto de vista ético, são condenáveis», responde o autor dos artigos. «Isto é tudo muito popular. Dá-lhe mais de 800 likes no Facebook», ironiza Altino Bessa, deputado do CDS, que exigiu um direito de resposta e um pedido de desculpas público (que nunca aconteceu) depois de ter sido visado num artigo.

Paulo Morais não se esconde atrás das palavras e enumera todas as relações profissionais dos deputados que, reconhece, nem todos os portugueses têm obrigação de conhecer. Um dos seus textos mais incendiados e incendiários começa assim: «O Parlamento português converteu-se no maior antro de tráfico de influências do País. São muitos os deputados que utilizam o cargo público para fins privados. Foi publicado emjunho de 2012 e chama-se Maçãs Podres. Termina de forma tão dura como começa «Não se esqueçam, senhores deputados, que quando se misturam maçãs podres com maçãs boas, nunca são as podres que ficam boas…»

UMA QUESTÃO DE IMAGINAÇÃO?

Pelo meio, fica um resumo do que vinha sendo escrito ao longo dos meses anteriores. Que, «na comissão de acompanhamento do programa de assistência financeira do Estado português, têm assento deputados com interesses na banca, na EDP e nos principais grupos beneficiários do programa que deveriam fiscalizar». Que, na de «agricultura, há parlamentares que tutelam a atividade do ministério que atribui subsídios às empresas de que eles próprios são gerentes». Que «até a comissão de avaliação das Parcerias Público-Privadas incorpora deputados ligados ao setor imobiliário». E que «os campeões desta falta de vergonha são os advogados das grandes sociedades» (ver fichas).

Em declarações à VISÃO, Morais assume que só escreve o que escreve e «com a violência» com que o faz porque o «cidadão comum não consegue escrutinar todo um conjunto de informações formalmente públicas, mas que não são de fácil acesso, como é o caso das declarações de rendimentos». Por isso, está a trabalhar, há alguns meses, na criação de uma plataforma online que reunirá todos os elementos importantes referentes aos políticos, incluindo os registos de interesses e as declarações de rendimentos, numa só base de dados, disponível a todos os cidadãos infoincluídos. «É um projeto da associação Transparência e Integridade», explica. E visa confirmar, efetivamente, os eventuais conflitos.

A VISÃO contactou com alguns dos deputados que têm sido alvos do antigo autarca e a revolta é grande. O socialista Manuel Seabra queixa-se de que Morais «está a viciar» o sistema, ao «introduzir elementos de demagogia». Apesar de reconhecer que «há aperfeiçoamentos possíveis» na lei que regula os impedimentos e as incompatibilidades, Seabra sublinha que, no que lhe diz respeito, se trata de uma acusação «delirante». «Então a participação numa microempresa que faz pequenas obras de reabilitação urbana exclusivamente em prédios particulares impede os seus detentores de integrarem uma comissão de inquérito cujo objeto roda à volta da apreciação de contratos vultuosíssimos celebrados por grandes empresa com o Estado português? É preciso muito mais do que uma imaginação muito fértil.
O deputado queixa-se de que as insinuações de que foi alvo «prejudicaram» a sua imagem e «abalaram» a sua reputação «junto de colegas e amigos». Por isso, «telefonei a Paulo Morais, dando-lhe nota da minha indignação e da leviandade do que rinha escrito. Desligoume o telefone. Através de um amigo comum, tentei marcar uma conversa para o esclarecer. Ficou marcada. Dias depois, esse amigo telefonou-me dizendo que o Paulo Morais só aceitaria uma eventual conversa a três, amigo incluído. Percebi que não queria esclarecer o que quer que fosse e desisti de falar com ele.
A ÉTICA CHEGA?

Emídio Guerreiro também reagiu. «Ao ler o artigo nem percebi de que se tratava», assume à VISÃO. «Quando lhe liguei, fiquei a perceber que a razão por que ele escrevera aquelas coisas tinha a ver com o facto de a pequena empresa de que eu havia sido sócio ter a mesma Classificação das Atividades Económicas (CAE) que as concessionárias envolvidas das PPP. Ora, percebo a preocupação dele, mas se tivéssemos conversado, ele perceberia que nem tudo o que é imobiliário é PPP.»

Outro dos visados foi José Matos Correia, presidente da Comissão Parlamentar de Defesa. Paulo Morais desconfia das razões que levam a que os dois últimos presidentes dessa comissão venham do mesmo escritório de advogados, pertença de um ex-ministro da área (Rui Pena). «É o mesmo que um jornalista ir para a Entidade Reguladora da Comunicação Social e manter o posto de trabalho.» Para Matos Correia, tratade populismo. «O dr. Rui Pena foi ministro da Defesa entre 2001 e 2002. O que é que isso interessa agora? Os conflitos de interesses são aquilo que está na lei», diz o deputado.

A legislação não impede os deputados de serem consultores ou advogados de empresas que tenham negócios com o Estado. «É mais uma questão de ética», diz Morais.

Mas impede-os de votarem leis pontuais que envolvam os interesses particulares das empresas que os empregam (devem entregar declarações de voto para não participarem nas decisões).

Mas os deputados fazem-no? «Eu já o fiz três vezes», afirma Matos Correia.

Adolfo Mesquita Nunes (CDS), outro dos alvos de Morais, optou por se desvincular do escritório de advogados (de que era sócio principal), quando foi eleito.

«E suspendi a minha inscrição na Ordem de Advogados. Mantive-me apenas como consultor do escritório porque, como jurista, admito vir a prestar pareceres jurídicos. Mas pedi à Comissão de Ética que se pronunciasse sobre isso.» A Comissão não viu qualquer incompatibilidade. Mas Paulo Morais não concebe que Mesquita Nunes possa colaborar com o escritório que deu apoio à EDP no processo de privatização e ser membro da comissão que acompanha o memorando da troika (memorando que propôs as privatizações).

«Paulo Morais baseia-se no pressuposto errado de que essa comissão fiscaliza a privatização da EDP, o que não acontece», diz Mesquita Nunes.

No capítulo dos advogados, o antigo autarca não facilita. Depois de analisar as declarações de interesses dos deputados, Morais assumia, em dezembro, que o Parlamento se «abastardou» (Jornal de Notícias). «É um escritório de representacões», acusava, pedindo a intervenção da presidente da Assembleia da República, que não quis prestar declarações à VISÃO. Mendes Bota, líder da Comissão de Ética, comenta o assunto numa entrevista que publicamos nestas páginas e onde reconhece que «nem todos os conflitos de interesses são detetáveis».

Os deputados consideram que «a Transparência e Integridade é essencial para a democracia» (Mesquita Nunes), mas lembram que a associação «tem a responsabilidade acrescida de não lançar suspeições e insinuações» (Francisca Almeida) sem fundamentação sólida. Manuel Isaac (CDS) vai mais longe. «Paulo Morais diz que as maçãs (políticos) boas, no meio das podres, apodrecem. Então, que tipo de maçã (político) é ele?»

‘Nem sempre os conflitos de interesses são detetáveis’

O social-democrata José Mendes Bota, presidente da Comissão para a Ética da Assembleia da República, explica por que razão considera o atual sistema de verificação dos conflitos de interesse permissivo e o que se ganharia em estender o regime de impedimentos a certas áreas de atividade

- As situações de conflito de interesses estão bem acauteladas pela AR?

- A atual situação é insatisfatória, a vários níveis. Desde iogo. porque perfilho a opinião de que é necessário o reforço do controlo público da riqueza dos titulares de cargos políticos. De todos! E não apenas dos deputados, que são quem está sempre debaixo de fogo.

- Como podia garantir-se isso?

- Consolidando, por exemplo, numa só as várias obrigações declaratórias (registo de interesses, declarações patrimoniais, declaração de incompatibilidades e impedimentos). Admito também a possibilidade de se criar uma unidade única de controlo, reformulando competências do Conselho de Prevenção da Corrupção, do procurador-adjunto, do Tribunal Constitucional, da própria Comissão para a Ética. Não se pode, hipocritamente, deixar de escrutinar os rendimentos e património dissimulados em sociedades offshore, ou em nome de familiares.

- Que consequências têm os artigos de Paulo Morais para a imagem da AR?

- Tenho experiência parlamentar desde 1983 e mantenho a convicção de que a situação já foi muito pior, noutras alturas. A malha foi-se apertando, o escrutínio público também. Mas não foi o suficiente para eliminar a interação entre interesses públicos e privados no semáforo parlamentar. Os artigos do dr. Paulo Morais, pela crueza devastadora com que aponta casos concretos, afetam a imagem e a credibilidade do Parlamento. A AR deveria lançar um amplo debate sobre todas estas questões, retirar daí as necessárias ilações e corrigir o que deve ser corrigido, doa a quem doer.

- Qual é a sua posição sobre os deputados-advogados?

- Os advogados, magistrados e outros juristas dominam a tipologia profissional dos deputados. São 67. num total de 230. isto contrasta, por exemplo, com apenas um agricultor, dois estudantes e dois operários. E são os deputados com formação jurídica quem tem dominado, desde há muito, o processo legislativo, designadamente na autorregulação dos regimes de impedimentos, incompatibilidades, acumulações. Existem limitações para o deputado proprietário de uma papelaria vender um quilo de papel ao Estado. Mas não existe impedimento a que um deputado jurista possa intervir como consultor num processo de concessão de um serviço público que valha milhares de milhões de euros. Pode. voluntariamente, fazer declaração de interesse particular, mas a preservação do sigilo profissional funciona como escudo protetor. Poderão, eventualmente, ser cometidas ilegalidades, por distração ou inabilidade. O fundo da questão não é a ilegalidade, mas radica mais no campo da ética política.

- Deve impor-se exclusividade de funções aos deputados-advogados?

- Ser deputado e exercer simultaneamente uma profissão poderá configurar uma situação de vantagem competitiva. Mas não é um exclusivo dos advogados. Enquanto prevalecer o sistema que permite a acumulação do mandato parlamentar com atividades privadas, tenho dificuldade em compreender que uma determinada profissão seja excluída do exercício da atividade de deputado. Mas mais de metade dos deputados (117) acumula com funções no setor privado.

- Deviam estender-se os impedimentos a outras áreas?

- Oxalá estivesse enganado, mas duvido que exista força de vontade política para elevar o grau de exigência em matéria de incompatibilidades e impedimentos a um patamar superior da transparência e do combate ao tráfico de influências. A ficar-se pelos mínimos, deveriam alargar-se os impedimentos à consultoria, assessoria e patrocínio ao Estado, regiões autónomas, autarquias locais e demais pessoas coletivas, sociedades com capitais públicos, concessionários de serviços públicos, empresas concorrentes a concursos públicos.

Visão 2012-07-19

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Miguel Macedo, um bracarense de ouro

O ex-ministro da Administração Interna Miguel Macedo é suspeito de ter favorecido amigos no caso dos vistos gold. Na sua edição desta quinta-feira o jornal i cita um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que responde ao recurso de um dos arguidos do processo e no qual são mencionadas as suspeitas do Ministério Público.

Segundo o i, o facto de Miguel Macedo ter imunidade por se ter tornado deputado poderá ajudar a explicar o facto de não ter sido constituído arguido por suspeitas de prevaricação nem ter sido chamado a prestar declarações. "Não conheço o acórdão nem a situação, mas estou disponível para esclarecer tudo o que a justiça entender que deve ser esclarecido", disse ao diário o ex-ministro, que se demitiu na sequência deste processo por entender que o poderia fragilizar do ponto de vista político, mas que sempre assegurou nada ter a ver com este caso.

Porém, para os procuradores e também para os juízes que analisaram as escutas telefónicas – nas quais o ministro seria designado por “cavalo branco” –, Miguel Macedo "favoreceu ilegalmente", os "interesses privados lucrativos" do seu amigo António Figueiredo, director do Instituto de Registos e Notariado e preso preventivamente por causa dos vistos dourados, e também do seu antigo sócio Jaime Gomes. Segundo o Ministério Público, as buscas feitas ao Ministério da Administração Interna "visavam colher precisamente prova indiciária da actuação" do governante.

Numa conversa com um cidadão chinês que havia igualmente de ser constituído arguido na chamada Operação Labirinto, Zhu Xiaodong, o director do Instituto de Registos e Notariado chegou a gabar-se de abrir “as portas todas” em Portugal: "Empresas privadas, administração pública, tudo."

"Eu depois também quero apresentar-lhe o dr. Miguel Macedo para ele o ficar a conhecer também. Pronto, que é para ele ver que nós temos aqui um grupo de pessoas...", pode ouvir-se nas escutas citadas pelo i. A uma oferta de três volumes de tabaco e duas garrafas de vinho de Zhu Xiaodong, Miguel Macedo terá retribuído mais tarde com dois bilhetes para a final da Liga dos Campeões, entregues através de Jaime Gomes. O cidadão chinês era sócio da imobiliária Golden Vista Europe, que angariaria imigrantes chineses interessados em investir mais de 500 mil euros em imobiliário a troco de vistos dourados. Dos corpos gerentes da empresa fazia parte uma filha de António Figueiredo, sobre o qual impendem suspeitas quer de inflacionar os preços de transacção nos negócios imobiliários exigidos para a obtenção dos vistos, quer de pressionar o Serviço de Estrangeiros e Fronteira para acelerar os processos de concessão de autorização permanente de residência.

São vários os altos dirigentes do Estado alegadamente envolvidos no caso dos vistos dourados, incluindo o director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Jarmela Palos. Além de prevaricação, estão indiciados pelos crimes de crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, peculato, abuso de poder e tráfico de influências.

Interpelado pelos jornalistas já esta quinta-feira na Assembleia da República, Miguel Macedo revelou que pediu à procuradora-geral da República para ser ouvido neste caso, por forma a prestar os esclarecimentos considerados necessários. Tomou essa iniciativa já em Novembro, quando o seu nome apareceu associado aos caso dos vistos dourados na comunicação social.

"Aguardo serenamente que essa audição possa ocorrer por forma a que esclareça aquilo que entendam que deve ser esclarecido", afirmou, escusando-se a fazer mais comentários. A Procuradoria-Geral da República confirma o pedido, que diz ter "remetido imediatamente" ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal. "O Ministério Público não deixará, no momento próprio, de se pronunciar sobre todos os requerimentos juntos aos autos, assim como não deixa de investigar todos os factos susceptíveis de integrarem eventuais ilícitos criminais", refere ainda a PGR, recordando que a investigação se encontra em segredo de justiça e sem revelar se Miguel Macedo irá mesmo ser ouvido, e quando.

Ana Henriques/ LUSA